A Nova Direita e o Governo Lula
- Politiza MT
- 12 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Estratégias para 2026 e a Influência de Bolsonaro e Trump

Com a crescente pressão contra o governo, alimentada pela eleição de Trump e pela ascensão da direita no Brasil e, principalmente, nos EUA, eu diria que sim!
Abaixo estão os motivos para minha análise, indicando que isso tem 90% de chance de se concretizar.
Com a derrota da esquerda nas eleições municipais e agora, de forma avassaladora, nos EUA, a esquerda percebeu que estará fora do jogo em 2026 aqui no Brasil e, muito provavelmente, nos EUA por um bom tempo.
O governo Lula e o establishment vivem da figura de Bolsonaro, pois ele serve como distração e desvio de foco para o que realmente está acontecendo no país. Com a recusa de apoio nas eleições, temendo desgaste de imagem, Lula percebeu que sua presença e liderança já não têm a mesma força.
O petista, que tem um ego gigantesco, sabe que seu protagonismo se esvaiu tanto internamente quanto no exterior. Com a vitória da direita nas eleições e o mapa do Brasil inclinado para o azul, seguido pela eleição de Trump, o protagonismo de Bolsonaro volta ao cenário mundial.
As duas opções estão na mesa do petista, que já declarou que o STF é "dele". Vamos avaliar as duas hipóteses:
Prisão
Tem 90% de chances de acontecer, mas precisamos considerar as perdas e ganhos dessa ação. Hoje, Bolsonaro está mais forte do que há um ano, devido à vitória avassaladora no pleito de 2024 e à formação indiscutível de uma base da direita.
A repercussão seria gigantesca, tanto nacional quanto internacionalmente, causando um desgaste colossal para o governo Lula. Por isso, o STF deve regular as redes sociais antes da posse de Trump, para que o plano seja executado de forma abafada.
Bolsonaro sabe disso e, de certa forma, isso o favorece estrategicamente. Imaginem toda a base formada nas eleições reagindo ao ver seu maior líder preso com acusações frágeis; qual seria a opinião pública ao ver o maior líder político da direita preso sem evidências concretas de crime, apenas pela vontade de um seleto grupo? As pessoas tendem a se opor a injustiças, o que daria ainda mais destaque ao ex-presidente, tornando-o uma vítima do sistema e atraindo mais pessoas ao debate, criando mais impopularidade para o governo e despertando os que ainda ignoram a situação atual.
Inelegibilidade
Esta é talvez a opção mais viável, escolhida por aqueles que querem ver Bolsonaro fora do jogo, incluindo a "direita tucana prudente e sofisticada" e a esquerda, para 2026. É o cenário perfeito para alguns: Lula fora e Bolsonaro também, deixando espaço a ser ocupado. Mas como fica o capital político que esses grupos não possuem? Essa questão deve ser considerada nesta equação.
Com a eleição de Trump, os interesses americanos estão voltados para a América do Sul, como se pode ver na proximidade com Milei, na Argentina. O fato de que Milei provavelmente será um dos primeiros a ser recebido por Trump diz muito. O protagonismo que ele conquistou no último ano, como liderança na América do Sul, certamente fará parte da estratégia para conter o Foro de São Paulo.
Os esforços conjuntos tomados antes mesmo das eleições na Argentina, para garantir a vitória do libertário Milei, provavelmente serão aplicados aqui em relação a Bolsonaro em 2026. Nesta análise, devemos considerar também o papel de um tribunal que tem lado e que trabalhou — e continua trabalhando — para anular Jair: o TSE. Essa é a verdade inconveniente para os "jornalistas profissionais": Bolsonaro não foi condenado por crime algum, ao contrário do velho “molusco”, mas foi barrado por um tribunal eleitoral partidário, cuja única função hoje é tirar o capitão da disputa.
Fato é que eles tentarão de tudo. A outra face da moeda precisa ser considerada, e é provável que as dúvidas sobre o processo eleitoral de 2022 sejam respondidas por agentes externos, que agora, sob novas direções, podem ter documentos produzidos por seus antecessores sobre o episódio.
Ou seja, seja plano A ou plano B, ambos enfrentam um momento mais complexo para execução. O timing passou, e agora os arranjos serão mais complicados e onerosos. A força que Jair construiu nesses dois anos se equipara, com os devidos limites geográficos, à de Trump. Apenas incluo na análise a questão da proximidade pessoal e familiar, que se soma aos interesses geopolíticos e econômicos.
As coisas realmente não estão favoráveis para a esquerda por aqui. Se optarem pela prisão, vão acelerar um processo de deterioração extrema, talvez precipitando acontecimentos antes de 2026. Se usarem o “tapetão” para tirar o jogador, terão de responder pelas escolhas e pela forma como o fizeram. Não vejo vitória no campeonato, apenas uma partida ganha.
Fonte: Rosi Abrahão - CEO - Politiza Educacional
Comments