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Da Futilidade das Manifestações na Paulista

Reunir 10.000 pessoas na Avenida Paulista, que se limitam a marcar presença, é ineficaz e não traz resultados significativos, como já demonstrado no passado. A existência de 10.000 pessoas protestando contra um governo não surpreende ou impacta as autoridades em Brasília. Isso contrasta com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que desencadeou um movimento pela intervenção militar, à luz do Artigo 142, clamando por um poder moderador diante da crise política nacional. Naquela época, o vice-presidente era eleito de forma independente, muitas vezes sem filiação ao mesmo partido do presidente. O vice Jango, com suas inclinações políticas radicalmente opostas e simpatias pelo marxismo e comunismo, representou uma contradição dentro da democracia brasileira, especialmente após a inesperada renúncia de Jânio Quadros seis meses após sua posse. A ascensão de Jango ao poder, vindo de um partido oposto ao eleito, violou a essência da democracia brasileira: a expressão da vontade popular. Como ninguém calculava a possível renúncia de um Jânio Quadros 6 meses depois de eleito, essa contradição da democracia brasileira passou batida. Mas com a posse de Jango de um partido diametralmente oposto do efetivamente eleito, a democracia brasileira foi violada. Segundo o Artigo 142, os militares poderiam convocar novas eleições e destituir o presidente Jango por não refletir a vontade expressa na eleição anterior. A Marcha, realizada em 19 de março de 1964, mobilizou cerca de 500 mil pessoas. Em um percurso que incluiu pontos icônicos da cidade de São Paulo, culminando na Catedral da Sé, onde o Hino Nacional foi cantado. Diferentemente dos atuais manifestantes da Paulista, aqueles participantes geraram um impacto visível nos transeuntes e moradores das casas no trajeto, recebendo aplausos e admiração do público. Em vez de número de pessoas a Marcha foi medida em horas. Permanecer inativo, sem tomar medidas concretas, reflete a postura complacente do brasileiro médio, que assiste passivamente ao desdobramento de nosso futuro.


Fonte:

Stephen Kanitz

@StephenKanitz


 
 
 

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ESCOLA DE ALFABETIZAÇÃO POLÍTICA

por Rosimeire Abrahão

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