top of page

HRW desmonta “soluções” de Lula, Petro e Obrador para Venezuela

Organização de direitos humanos divulga carta aberta descartando possibilidades de novas eleições, anistia ou acatamento de decisão da Suprema Corte controlada por Maduro.

AHuman Rights Watch (HRW), que se dedica à promoção e defesa dos direitos humanos, desmontou numa carta aberta as “soluções” aventadas pelos presidentes Lula, do Brasil, Gustavo Petro, da Colômbia, e Manuel López Obrador, do México, para lidar com a ditadura venezuelana de Nicolás Maduro.

A entidade divulgou na manhã desta terça-feira, 27, uma carta aberta (leia a íntegra) com críticas a três possibilidades elencadas por esses países: repetir eleições, acatar a autoridade do Supremo Tribunal da Venezuela para definir o resultado do pleito e promover uma anistia geral, englobando atores do governo e da oposição.

Lula, especificamente, tem insistido na ideia de uma nova eleição. Como registrado Crusoé , ele voltou a falar do assunto nesta segunda-feira, 26, durante um encontro com líderes partidários.


Sobre isso, afirma a HRW: “Como V. Exas. bem sabemos, uma posição básica de qualquer eleição é que deve refletir a vontade expressa do povo e resultar na transferência de importação do poder para o candidato ou candidatos vencedores de acordo com fórmulas pré-estabelecidas. Refazer a eleição porque o governo de Maduro não está disposto a divulgar e aceitar o resultado de 28 de julho seria um escudo a esses princípios. Essa proposta seria inaceitável em qualquer país, mas seria particularmente problemática na Venezuela, dadas as barreiras concretas que os candidatos e candidatos foram propostos a superar para participar das eleições de 28 de julho, incluindo exceções generalizadas dos direitos humanos, que fizeram essas eleições um processo com uma notória desigualdade de força e colocaram muitos candidatos e candidatos em risco de sofrer abusos por parte do governo.”

A possibilidade de se acatar um pronunciamento do Supremo Tribunal da Venezuela foi levantada principalmente por López Obrador.

A HRW confirmou que, depois de uma sentença da Corte ter ratificado a “reeleição” de Maduro, no dia 22, o presidente mexicano modulou suas declarações e voltou a pedir a divulgação das ações eleitorais que o regime ocultou.

Ainda assim, a entidade fez questão de lembrar que “em vez de proteger o direito dos venezuelanos de participar de eleições livres e justas, a Suprema Corte tem desempenhado um papel de destaque no enfraquecimento do processo eleitoral de 2024 ”.


A proposta de anistia geral, de alcance nacional e internacional, foi levantada pelo colombiano Gustavo Petro.

Nesse caso, a HRW observa que “a proposta formulada em termos vagos pelo Presidente Petro parece violar o direito internacional e afetaria os direitos das vítimas de atrocidades. Da mesma forma, essa proposta não garantiria a segurança jurídica para todas as partes interessadas na Venezuela, pois anistias que violam o direito internacional poderiam ser facilmente revogadas ou desconsideradas por jurisdições nacionais, estrangeiras ou internacionais”.

As propostas dos três presidentes amigos de Nicolás Maduro dão a ele uma segunda chance de fraudar eleições, garantindo a continuidade da ditadura ou permitindo que um regime responsável por repressão e soluções de assassinato de opositores escapem de qualquer proteção. 

Para a HRW, os esforços de mediação e negociação são valiosos, mas devem ser acompanhados de medidas de pressão, como “sanções direcionadas especificamente aos membros das forças armadas responsáveis ​​pela transparência de direitos humanos e corrupção” e também de “incentivos aos aliados internacionais de Maduro” para que promovam o respeito aos resultados eleitorais – sem dúvida, uma dolorosa alfinetada nos três países aos quais a carta é direcionada. 


 
 
 

Comentarios


2.png

ESCOLA DE ALFABETIZAÇÃO POLÍTICA

por Rosimeire Abrahão

bottom of page